quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um pedacinho do meu livro...

      Eu temia que aquilo acontecesse... temia que os inimigos dos quais meus companheiros de viajem pouco falaram fossem conhecidos meus. Temia que guardar aquela prisão não fosse sua principal função. Mas o que eu mais poderia temer, se realizara, eu teria de lutar contra a minha própria família.
      Apesar deu nunca ter gostado dos meus parentes, que afinal, não tinham laços sanguíneos nenhum comigo, era sinistro vê-los daquela forma. O trato que eles haviam realizado com Deavon deformara-os sinistramente deixando-os repugnantes, mas incrívelmente fortes.
      Observeio-os incrédulo, paralisado. Eu tinha que continuar, libertar Lessar, mas não sabia como atacar. Estava sem reação, sem movimento, em choque. Vi Artíre se aproximar do primeiro guarda e soube que ela precisava de mim. Se eu não atirasse, os outros a despedaçariam como se ela fosse um animal. Com relutância atirei, enquanto dizia para mim mesmo que eles não estavam mais vivos...  [...]
   

       Andei lentamente pelo corredor mal iluminado, cada centímetro do meu corpo tenso. Ao final pude ver uma grade e atrás dela um vulto acorrentado. Tentei me acalmar, mas isso se tornou impossível após ouvir uma respiração alta, lenta e medonha. Eu tinha certeza que antes de chegar a grade haveria um guarda e concerteza - após todos os problemas fora da fortaleza - seria o pior.
       Continuei andando e a uns 20 metros de Lessar ouvi um arrastar pesado. A minha frente surgiu um homem, andando em minha direção. Como um fantasma seu corpo transparente e disforme foi tomando uma forma nítida e bizarra.
        Meus olhos se arregalaram de terror ao ver a criatura a minha frente. Seu corpo era humano, mas cheio de buraco sinistros, como um corpo em decomposição. Seu rosto, poderia ser lindo se fosse normal. Mas não era. Haviam buracos que revelavam sua lingua, seu crânio e seu cérebro. Em suas mãos havia um conhecido machado, ensaguentado. Com mais horror ainda, percebi que o último sentinela, era o meu pai.

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